sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Niilismo

Sobre a sombra do nada me refugio e escapo
Indagado pelo mundo e negando a existência
Se reconstruindo a cada dia que passa
Recolhido em meu ser e em toda minha desgraça

No rio de insolência e estupidez que ameaça
Vivendo na descrença impertinente do meu ser
Corrompido pelo manto de sujeira que me cobre
No niilismo deposito todo minha crença

Ao nada me atiro, me afogo, me acho
Perdido, desencorajado, limitado, amedrontado
Na transcendência a mentira que encoraja
Na religião a hipocrisia que embriaga

Sozinho e asfixiado por ídolos embrutecidos
Sufocado em uma caixa, pregado em uma cruz
Só mais um verme que se arrasta sobre a luz que se apaga
Na inexistente esperança da vida que se passa

H. Almeida
Foto: Lucas C. N. Rocha

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