sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Help Me (tradução livre)

Senhor me ajude a caminhar

Outra milha, só mais uma milha;

Eu estou cansado de caminhar sozinho.



Senhor me ajude a sorrir

Outro sorriso, só mais um sorriso;

Você sabe que eu não posso fazer isto sozinho.



Eu nunca pensei que precisaria de ajuda antes;

Eu pensava que podia conseguir - por mim mesmo.

Agora eu sei que não posso suportar mais.

Com um coração humilde, de joelhos dobrados,

Eu estou implorando por você, por favor, me ajude.



Desça de Seu dourado

trono até mim, para encantar-me;

Eu preciso sentir o toque de sua mão terna.



Retire as correntes da escuridão

Deixe-me ver, Senhor deixe-me ver;

Aonde eu entro no seu plano de mestre.



Eu nunca pensei que precisaria de ajuda antes;

Eu pensava que podia conseguir - por mim mesmo.

Agora eu sei que não posso suportar mais.

Com um coração humilde, de joelhos dobrados,

Eu estou implorando por você, por favor, me ajude.





Johnny Cash

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ressureição

Estive fora por uns tempos
Me machucando
Me ferindo
Me comendo.

Estive sozinho
Andando na noite
Por estradas escuras
Bebendo e morrendo a cada gole.

Estive assim,
Oco de mim
E cheio de mim
Por uns tempos.

Preso
Perdido
Estranho e alheio
O ano inteiro.

Meus dramas
Meus vícios
Exatamente os mesmos
Hoje, porém, novos horizontes...

Alexandre Cavalcante

sábado, 5 de novembro de 2011

Felicidade

Copo de Cerveja
Amigos
Legião Urbana no rádio
Luz do sol
Enxaqueca
Ressaca Inevitável...


Alexandre Cavalcante

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Poema Inútil

Mórbido
Insano
Decadente

Melancolia
Estado permanente

Desencontros
Dor
Perdição

Amor:
Célula cancerígena

Angústia
Ausência
Solidão

Esperança em desconstrução

Sonhos
Alucinações
Histeria

Razão
Distúrbio emocional


Cansaço
Tristeza
Inferno

Existência
Escoadouro de lágrimas

Alexandre Cavalcante 

sábado, 8 de outubro de 2011

O quarto poder

            Durante uma aula do ensino médio o professor leciona aos alunos a organização dos grandes poderes sociais:

- Pois é isso pessoal, nossa sociedade possui três grandes poderes que estão a disposição do povo e são controlados pelo povo, estes poderes são divididos em: judiciário, legislativo e executivo.

            Um aluno curioso pergunta:

- E o que cada um deles faz professor?

            O professor satisfeito pelo o interesse do aluno responde:

- Bem, o poder judiciário é responsável por julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses!

- O legislativo tem como função fiscalizar!

- E o executivo tem como tarefa administrar a coisa pública.
           
            O aluno decepcionado exclama:

- Só isso!!!!!!!!

            O professor espantado responde:

- Parece pouco, mas nada na nossa sociedade tem mais poder que estes três poderes!

            O aluno retruca:

- Como não professor! Qual é o cargo mais importante na sociedade?

            O professor intrigado responde.

- O presidente da república!

- E quem elege o presidente?

- O povo!

- E quem possibilita ao povo saber qual é o melhor candidato?

- A mídia. Responde o professor.

- O que sustenta nossa sociedade professor?

- O sistema financeiro! Responde novamente o professor sem entender onde o aluno quer chegar.

- E o que movimenta o sistema financeiro?

- O mercado!

- Qual a maior arma do mercado professor?

- Creio que seja a propaganda!

- E quem realiza a propaganda?

- A mídia! Afirma novamente o professor.

- E quem controla a mídia é o povo professor?

- Não a grande mídia brasileira é a televisão, e os canais são propriedades particulares!

- A quem pertence a mídia brasileira professor?

- Bem, as quatro maiores emissoras pertencem à quatro famílias!

            O aluno desanimado pergunta pela última vez:

- E mesmo sabendo disso, o senhor ainda acha que o povo controla os maiores poderes, professor?

            Toca o intervalo e todos os alunos saem correndo da sala e o professor enxuga o suor da testa e pensa:

- UFA! mais um pouco e eu teria de ensinar a verdade a eles.

            PLIN! PLIN!

El Cunha

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma nova fase

Um novo dia começa, este realmente seria diferente. Após 24 anos de inércia vivendo a mercê dos pais é chegado o grande momento social, o primeiro dia de trabalho. Segunda feira, 6 horas da manhã sua mãe telefona, ele atende ainda com voz de sono e ouve um bom dia super animado e uma recomendação para não se atrasar, ele desliga o telefone e reflete o porquê de tanta felicidade por parte da mãe - Será que ela estaria animada por eu estar crescendo ou apenas feliz pelo fato de ter menos um filho em casa? Talvez assim ela agora faça sua tão esperada sala de ginástica no meu quarto. Tomou banho, se vestiu, olhou para o velho tênis All Star e pensou – hoje não amigo, hoje não. Penteou os cabelos, que por muitos anos ficaram sem ser cortados, e fez a barba, ao olhar-se no espelho não se reconheceu, mas por alguma razão se lembrou do pai.
            Ao sair de casa não pôde evitar pensar - para onde estariam indo tantas pessoas às 7 horas da manhã - e concluiu que ao mesmo destino que ele: “trabalhar”. Respirou fundo e continuou até chegar ao prédio dos correios, onde a partir daquela data seria sua segunda casa, sentou na sua cadeira e às 8 horas em ponto começou seu expediente. Em pouco tempo já se podia ver em sua frente uma grande fila de pessoas querendo informações, todas impacientes empurrando umas às outras, falando alto e etc. Jaime baixava a cabeça e lembrava do seu passado recente e de suas ressacas nas segundas de manhã, onde sua maior preocupação seria limpar o vômito no banheiro. Aos poucos, sentiu uma tristeza imensa dentro de si, olhou para o relógio e ainda faltavam 8 horas para o fim do expediente, ele achou que não aguentaria.
            Às 18 horas chegou a tão esperada hora de ir embora. Seu corpo estava acabado, sua cabeça doía, sua mente estava cansada. Queria tudo menos ver uma correspondência em sua frente, no caminho de casa ele viu um bar, seus olhos brilharam e logo sentou-se e pediu uma cerveja. Ao beber aquele líquido gelado como por milagre tudo que estava o chateando desapareceu e sentiu-se aliviado. Por volta das 23 horas ele voltou para casa deitou-se e dormiu, para no outro dia começar tudo de novo.

Os Caras        

domingo, 31 de julho de 2011

Maurício Baia

"É tudo isso e nada disso"

Release

Ele não vai pegar leve. Passou pela escola do iê-iê-iê realista de Raul, passou pela escola da densidade psicológica de Dostoievski, pela escola Bob Dylan, com suas letras expansivas e visionárias, passou por essas e outras célebres escolas sendo sempre seu melhor e antiexemplar aluno: soube aprender e sair delas, pois a verdadeira função das escolas é deseducar, abrir a possibilidade de o sujeito se tornar, finalmente, um analfabeto, como diria de si mesmo Tom Zé - aliás, outra de suas escolas. Deseducado, analfabeto: criador. E aí pode-se dizer que há um artista.   

O artista Baia é uma combinação desses e outros artistas, e ao mesmo tempo é irredutível a cada um deles. Com Raul, ele aprendeu que "o rock pode ser a melhor música pra se dizer um monte de coisas"; é, como Raul e toda a tradição barroca da Bahia, excessivo; e crítico, irônico, observador mordaz dos estranhos valores da nossa sociedade de consumo. Como Bob Dylan, além do timbre anasalado, ele tende à prosa: gosta de narrar, suas letras parecem querer transbordar a melodia. E, como Tom Zé, sabe contar estórias como ninguém, tem um talento delicioso para o humor, tem o timing cômico de um verdadeiro ator.           

Mas Baia, como eu disse, é tudo isso e nada disso. É uma outra coisa que só ouvindo ou vendo, mas a gente pode se aproximar mais um pouquinho. Ele canta o amor ao avesso: a mulher que tem ciúmes até do cachorro que o lambeu, que quer que ele se lembre até do que ela se esqueceu de lhe dizer, a outra que quer corrigir sua vida com caneta vermelha, quer arrancar suas páginas e tem mania de colocar pingos em ipsilones. Ele canta Deus a torto - o vazio da "falta de Pai eterno" - e a direito: "em tudo o que há, Ele é". "Agora é a hora da falácia", ele diz, iniciando seu show, como num antiapocalipse.     

A inteligência e o rock. A comunhão, que reúne, e a ironia, que separa. Os shows de Baia, quem já viu sabe do que estou falando, são festas para Apolo e Dionísio, ritos para a cabeça e o corpo. Depois da trajetória com os Rockboys (banda em que tocava o guitarrista e talentoso compositor Tonho Gebara, parceiro de Baia em algumas de suas melhores canções, e lamentavelmente falecido no começo desse ano), Baia tem intensificado as parcerias com Gabriel Moura, ex-Farofa Carioca e um dos melhores compositores da sua geração. Soma de forças que vem rendendo canções vigorosas e precisas, como "Fulano" e "Tu", respectivamente, entre outras.    

Dono de uma trajetória que já conta com cinco discos, inúmeros shows e um público fiel, Baia está a ponto de bala, com a faca e o queijo na mão. Às suas canções mais conhecidas, como "Na fé", "O comedor de calango e o gerente da multinacional", "Eus", "Bicho homem", "Baia e a doida", têm se juntado novas composições - como as acima citadas "Fulano"
e "Tu", além de "Habeas corpus" e "TV Cultura", que ainda não foram gravadas, mas já vêm sendo apresentadas em seus shows - que prometem um belo novo disco. "Agora é a hora da falácia", ele anuncia. Mas a verdade é que esse cara é bom - e não é candidato a nada. 

 Francisco Bosco, julho 2004 





quinta-feira, 16 de junho de 2011

Hedonismo (Aliba)

Faça tudo o que você quiser fazer
Beba tudo aquilo que você aguentar
Não se importe nunca com o que os outros vão dizer
Para não se arrepender beba o que quiser beber
Vá de encontro a“certos conceitos morais”
Na vida só importa o que você faz
Junte a sua galera e vá a um cabaré
Lá estaásempre cheio de mulher
Preste atenção no que eu vou dizer
Já estou bebum mas tem muita cerveja pra beber
Eu sei o que eu faço e bebo até cair e mesmo assim não faço bobagem por aí
Tem que ser macho pra pode beber pois o álcool não tem culpa
Do que você vai fazer
Faça o que quiser fazer
Beba o que quiser beber
Fume o que quiser fumar
Diga o que quiser dizer
Mas assuma o que vai fazer

Cunha ,Felipe e Gustavo 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Inadaptável

Não me enquadro em padrões sociais
Não há lugar comum para mim no mundo
Nunca serei ninguém normal,
Não do tipo com emprego, casa, TV a cabo, família...
Não leio nada
Não escrevo nada
Não faço música
Não dou risada quando estou sozinho em casa
Não tenho namoradas
Apenas amores abortados
E fantasmas...
Choro em dramas de 5ª
E quando ouço “longe do meu lado”
Gosto de Beatles, mas perdi os meus CDs
Detesto 12 de Junho
Não me enquadro em padrões sociais
Não sou artista
Sou Fulano, sou Sicrano, sou Ninguém
Morto-vivo interiorano
Eis-me...

 Alexandre Cavalcante

domingo, 5 de junho de 2011

querida

a bebida é a massagem da alma
não adianta dizerem o contrário
sempre foi

não há como negar os inúmeros benefícios trazidos por um copo de cerveja
ou de vinho

o mundo e a maravilhosa sociedade apenas ferram o indivíduo
e começam cedo
não há melhor lugar pra isso que a escola
é lá onde você começa a ser castrado aos poucos sem perceber
e em vários casos ainda paga por isso


a bebida apenas serve ao seu espírito
consola, aplaude, discute e conta piadas
lhe tira de circulação de um lugar onde a maioria não se importa
ela te salva

salva a sua mente, seu coração, sua sanidade
embora, às vezes, acabe com o seu corpo.




sábado, 28 de maio de 2011

Em meio a tantos gênios

apenas mais um zero à esquerda
em um mundo onde tudo e todos têm uma função.
alguns podem achar frustrante não ser nada para os outros,
não ser nada para si também importa.
as moscas que vêm chegando não trazem nenhum bem,

e realmente não há nada a ser feito...
alguém saberia como ser diferente?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Apelo (Música)

Eu quero fazer uma boa ação.
Pra apagar o mal que está guardado no meu coração.
As dores e as frustrações que eu fiz você passar em vão.

Os sonhos se despedaçaram, apenas na ilusão.
De saciar o meu ódio, minha luxúria e minha ambição.
A homem nenhum me ajoelho e nem peço perdão.

Somente a Deus baixo minha cabeça.
E rezo por salvação.
Mesmo sabendo não merecer a sua compaixão.

El Cunha

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Presente de pai (Música)

Aos onze anos, meu pai me levou ali.
Ele me disse: Filho, este é o começo do fim!
Deixe pra trás a sua inocência, daqui pra frente tudo vai mudar.
Você vai conhecer o lado bom da vida e a tendência é de viciar.

Eu ouvi seus conselhos e entrei naquele bar.
Luz vermelha no fundo, eu sempre irei me lembrar.
Apareceu uma garota e veio em minha direção.
Meu pai sorrindo disse: Vai com fé meu filho, você está em boas mãos.

Levou-me pro quarto pediu-me pra relaxar.
Mas era quase impossível, sem roupa ela estava a ficar.
Eu me joguei em cima dela.
Como foi boa aquela sensação, dois corpos entrelaçados no calor da emoção

Cinco minutos mais tarde eu estava muito feliz
Minhas pernas dormentes, eu não queria sair
Mas a garota me falou: o seu tempo acabou benzinho
Se quiser pedir para o seu pai para pagar um pouco mais.

VOU ADOTAR VOCÉ

EL CUNHA

sexta-feira, 22 de abril de 2011

João Ninguém, morador da Medeiros Neto, comeu do Peixe que alimenta as sagradas famílias cristãs, bebeu do vinho santo, sangue divino de Cristo e se enfartou, crente no milagre da multiplicação. Depois deitou-se em seu colchão de concreto, olhou no céu, agradeceu aquela nobre refeição e dormiu satisfeito, feliz por mais uma Sexta-Feira da Paixão...

Alexandre Indius

sábado, 9 de abril de 2011

Silêncio dos Inocentes

Chegou
Iluminado e puro
O dito Anjo Exterminador
E em nome de Deus e da Virgem
Deflagrou contra os vis pecadores
Seus projéteis da salvação.

Em nome do Senhor
Executou de uma só vez
Doze criancinhas
Doze novas cabeças para seu rebanho.

Em nome do Senhor,
Aquele mesmo das guerras santas e profanas,
Banhou com sangue
Seu ideal divino
E mais uma missão se fez cumprir:
Deus está Feliz!

Afinal de contas,
Em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo,
Tudo se justifica.

Alexandre Indius

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Consequências de uma noite (Música)

Me Acordaram retirando meu sangue
Eu estava dentro de um hospital
Não sabia o que tinha acontecido
Mas eu sabia que estava mal

Então perguntei a enfermeira
O que teria me acontecido
Ela falou meu rapaz
Seria melhor se você tivesse sumido

Tem muita gente querendo você
Eles querem acabar com você
Tem tanta gente querendo te ver
E provavelmente vão querer te bater

Depois de um tempo comecei a lembrar
Da confusão que eu arrumei em um bar
Tinha bebido e pouco fazia sentido
Mas já lembrava o que tinha acontecido

Eu precisava fugir,
Fugir daquele hospital
Depois do que eu tinha feito
Provavelmente me daria mal
  
El Cunha