quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

MARROM GLACÊ

Mais uma vez no meio de uma noite eu estou só, não lembro ou não sei onde foram parar meus amigos. Minha Bebida está acabando, mas ainda me restam alguns goles e uns trocados no bolso. Continuo a caminhar e sigo olhando as almas negras que vagam pela cidade durante a noite e logo passo por alguns miseráveis que esticam suas mãos em minha direção numa tentativa bastante esperançosa de que eu lhes dê algumas moedas, não lhes dou nenhum centavo, fui despedido já faz algumas semanas e não fiz questão de procurar outro emprego, dinheiro eu tenho pouco e muito provavelmente eu irei ficar na mesma situação que eles em bem pouco tempo, mas dessa vez não me importei nem com outro emprego e nem com os miseráveis, espero poder aproveitar o pouco que me resta antes de começar a mendigar também.
O último trago e logo minha bebida acabou. Continuo minha caminhada com passos cada vez mais difíceis, acho que a Vodka já está circulando bem em meu sangue e já não tenho mais total controle sobre minhas pernas, mas de que vale poder controlar suas pernas se você não é capaz de controlar sua vida? Então continuei até avistar um bar, era um prédio bem antigo em estilo colonial, com algumas janelas e um letreiro em néon, tinham algumas pessoas na porta, ao chegar mais perto consegui ler o que aquelas letras brilhando que mais pareciam anjos nas portas do paraíso queriam me dizer “Marrom Glacê”, lembrei que já havia escutado sobre este lugar da boca de algum amigo e resolvi entrar, o movimento estava fraco, algumas garotas dançavam e uns rapazes estavam a colocar grana em suas calcinhas e meias, eu não tinha grana para transar com nenhuma delas então sentei um pouco afastado, contei minhas moedas e vi que com elas conseguiria comprar apenas duas cervejas, olhei mais uma vez as notas que pareciam brotar das meias de uma das strippers, já havia uma boa grana entre aquelas coxas, eu poderia comprar um uísque da melhor qualidade só com algumas daquelas notas. Chamei o garçom:
- Garçom! – duas cervejas, por favor... (havia lido isto em algum lugar e naquele momento resolvi que faria igual)
- duas cervejas?
- sim duas cervejas!
- senhor quer que eu lhe traga uma depois a outra, é isso?
- qual parte de “duas cervejas” você não entendeu?
- senhor, mas o senhor não está acompanhado!
- nem deveria... (respondi)
            Agora com as duas cervejas na mesa eu olhava a bela dançarina em sua dança sensual, ela era uma bela loira devia ter seus 25 anos, belas coxas, seios incríveis e possuía uma tatuagem em suas costas era um dragão que surgia em seu pescoço e desaparecia em sua nádega. Essa tatuagem a deixava ainda mais sexy. Seus olhos azuis eram como um mar de tristeza e ao mesmo tempo satisfação. Por um longo momento não pensei em mais nada, apenas naquela bela loira que ali estava e no dinheiro que lhe brotava das meias...


F. Sandes

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