espero voltar àquilo que um dia fui
tentando, ironicamente, esquecer o máximo possível.
as imagens surgem como intrusas
como os que chegam em sua casa sem convite
apenas para beber sua cerveja.
espero ser quem um dia fui,
mas não da mesma forma
posso não repetir os erros
(aqueles que realmente incomodam).
o retorno parece ser necessário
e às vezes é triste
mas facilita o encontro de algo que ajude a morrer um pouco mais tranquilo.
a linearidade da existência é só uma ilusão
algo bem montado
com o mais puro intuito de drenar o que resta em nossas cabeças.
a volta é o real.
o retorno a tudo que você já foi
ou deixou de ser
uma guinada à pureza e à podridão de sua verdadeira mente
à beleza de sua verdadeira vida
ao descanso do pó.
D. Simões
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
Reação Romântica
Amores platônicos
Virgens inalcançáveis
Donzelas perfumadas
Deusas...
Filho do romantismo
És tão ingênuo!
Mulheres frígidas
Puritanas
Nobres e vazias
Mulheres sem vida...
És tão tolo
Filho do romantismo!
Mulheres das ruas
Mulheres que fornicam
Gozam, lambuzam, salivam
Mulheres noturnas
Dos sambas e das orgias
Putas...
És mesmo um grande trouxa,
Filho do romantismo.
Alexandre Indius
Virgens inalcançáveis
Donzelas perfumadas
Deusas...
Filho do romantismo
És tão ingênuo!
Mulheres frígidas
Puritanas
Nobres e vazias
Mulheres sem vida...
És tão tolo
Filho do romantismo!
Mulheres das ruas
Mulheres que fornicam
Gozam, lambuzam, salivam
Mulheres noturnas
Dos sambas e das orgias
Putas...
És mesmo um grande trouxa,
Filho do romantismo.
Alexandre Indius
domingo, 16 de janeiro de 2011
Na Beira Daquele Bordel
Hoje acordei pensando que estava em casa, pego no meu bolso nenhum cigarro, e ao vasculhar os bolsos percebo que estou sem dinheiro algum, uma mulher me toca, venho perceber que não estou em casa não pelo fato de ter acordado com aquela garota, ela estava com traje de prostituta de bordel, percebo que estou em um bordel, mas não é um bordel qualquer ele é um dos melhores bordeis da minha pequena e pacata cidade de Marietta, o bordel ficava na beira da estrada, lembro que nele tinha alguns letreiros que piscavam não lembro exatamente o nome.
Do meu lado uma garrafa de cerveja pego-a, mas ao tentar beber vejo que ela está vazia..., vou até um dos balcões acho um grande amigo ele me oferece uma bebida e naquele momento eu estava precisando, ele me pergunta...
- como veio parar aqui?
- não lembro exatamente, lembro que comecei a beber com uma pessoa, só não lembro quem era esta pessoa. E você como veio parar aqui?
- também não lembro cara, assim como você lembro que estava com um amigo bebendo e acordei aqui.
Depois de algum tempo percebo que a pessoa com quem eu estava bebendo seria este amigo com quem falo agora, mas não sabemos como viemos parar ali à beira daquele bordel, apesar de não sabermos pressinto que foi legal, muito legal. Com este amigo vou até à frente do bordel olho para esquerda, nada. Só o vento sombrio, olho para direita, lá está um carro último modelo 1960 batido em um dos hidrantes da cidade que jorrava muita água, percebo que aquele carro é meu, começo a me recordar de muitas coisas, mas não consigo me recordar de como cheguei àquele bordel na beira daquela estrada...
L. Sandes (15 anos; irmão caçula de Filipe)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
1960
Eu sinto saudade de uma época que não vivi.
Eu sinto saudade de uma geração que não é a minha.
Eu sinto saudade de uma juventude que não conheci.
Eu sinto saudade de uma liberdade que nunca tive
Eu sinto saudade de uma cultura que não me pertence
Eu sinto saudades de um mundo diferente.
Eu sinto saudades de possuir um ideal.
Eu sinto saudades do verdadeiro Rock “n” roll.
El Cunha
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
S.O.S POESIA
A poesia anda perdida
Pobre e infértil
Nutrida de paixões plásticas
Farta de nada
Acomodada na Vila de Sossego.
A poesia emudeceu
Palavras no papel, apenas
Parábolas de coisa nenhuma
Corpo sem alma
Ausente de emoção.
A poesia agoniza
Necessita do caos, da loucura febril
Suplica uma canção qualquer
Um amor insano que lhe dê vida
E que se faça luz...
A. Cavalcante
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