quarta-feira, 26 de junho de 2013

Uma vez compreendida a coisa, sejamos simples nas palavras.




O papel está em branco aguardando avidamente suas impressões,
 não são necessários rebuscamentos para expressar o que é simples,
 basta está encharcado com sangue.
 A carne é a fonte de todos os pensamentos dignos de manchar o papel,
o resto é falácia romântica,
belas palavras servem apenas para fascinar corações transbordantes de idealizações.
 O poeta tem sua gênese quando surge entre os escombros, que outrora foi o edifício de sua vida.
  E no seu desenvolvimento a mesma dor que dilacera seu peito lhe inspira a imprimir o inefável.

 Adelfo

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um buraco de bala.


Um brinde!



  1.          
      A todos aqueles que não têm nenhuma classe
      aos que já não se importam mais com os rótulos
      nem com categorias ou qualquer outra forma de
      enquadrar
      classificar
      castrar
      limitar.
      A todos aqueles que se deixaram infectar pela dúvida a ponto de não crer mais em nada
      aqueles cuja única convicção é a morte.
      Um brinde!

 Adelfo

quarta-feira, 19 de junho de 2013

MERDA


PEIDO NO VENTO
PEIDO AO RELENTO
PEIDO REBENTO
INTESTINO VIOLENTO
###
PEIDO  CHUVISCO
PEIDO  MOLHADO
PEIDO  BORRADO
TODO  CAGADO
 ###
MERDA DE VIDA
VIDA DE MERDA
LEVANTO A CABEÇA
ACABOU O PAPEL



CU DE SAPO


domingo, 9 de junho de 2013

Dissecando o nada

O escrutínio do tédio apresenta a morte como solução.
As horas e os dias e as semanas passaram rápido demais
para que se tivesse uma chance.
Só restos antecipados de uma eternidade crua e débil.

Alguma coisa ao redor até poderia fazer sentido
mas todos os livros, discos e demais objetos de fingida sabedoria
                                                                      [de nada adiantam.
Não me mostram o tal horizonte, não me dizem o que fazer, não
                                                                [me salvam da loucura.

Apenas o tempo comanda o inferno.
Tortura, castra e mata a quem tenta abrir os olhos
Conduz sem trégua para o maior momento da vida
Quando toda a inutilidade e estupidez vêm à tona:

O fim.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sem classe

 
 
Cala a boca, você fala alto demais
Você não combina com a multidão
Eu não posso acreditar que você existe
Eu risquei você da minha lista
Muito, muito em breve você estará fora de sintonia
Sem Classe

Fora, você está um tanto fora de linha
Não, parceiro eu não consigo economizar um tostão
Desapareça baby, isso mesmo
Não ladra nem morda
Seu sorriso perfeito trai sua falta de estilo
Sem Classe

Tarde demais, você não consegue alcançar agora
Você encara o caminho errado de qualquer jeito
Eu te conheço, você não tem cérebro
Para entrar e sair da chuva
É uma pena, nenhuma mágica eu tenho medo, você é realmente trágica
Sem Classe

domingo, 2 de junho de 2013

O absoluto é obsoleto

Morte a todos os deuses e ídolos e tudo que a eles se assemelhe, que de seus altares de louvação não sobre nem as cinzas e toda ostentação seja inutilizada pelo mais libertário desdém. Chega de reverenciar e de contemplar tudo aquilo que está além de minhas forças, além de mim mesmo.
Nunca precisei de bússola para me mostrar o norte, meus passos sempre andaram por vias tortuosas, são trôpegos e indisciplinados, desprovidos de qualquer obstinação jamais iriam querer modelos norteadores para lhes conduzir a lugar nenhum.
Antes caminhar errante pela estrada do nada com minhas próprias pernas, que carregar a convicção de uma verdade apoiado em muletas alheias. Não se curvar diante do que está consagrado é o estopim da revolução, o começo de uma nova era.

Construo meu caminho com as pedras que vou encontrando pela frente, faço minha revolução na não conivência e na dissidência introspectiva. É inútil almejar o impossível, é por perseguir aquilo que está demasiadamente distante que o que pode ser mudado permanece inalterado.

Adelfo