quarta-feira, 6 de março de 2013

Espaço reservado para um momento Graciliânico.

( I )


E o homem ergue sua mão ensangüentada a procura de uma ajuda que não virá. Leva várias estocadas em suas costas. As incontáveis facadas dilaceram quase por completo aquela parte de seu corpo. Ele limpa sua “peixeira” de 12 polegadas nas roupas de grife daquele homem que agoniza. Um homem que tanto se gabava. Abastado. Raça superior. Agora ali, com a cara numa valeta podre de um beco fétido, como qualquer outro verme que habita este planeta.

ricardo silva

2 comentários:

  1. E o homem ergue sua mão ensangüentada a procura de uma ajuda que não virá. Leva várias estocadas em suas costas. As incontáveis facadas dilaceram quase por completo aquela parte de seu corpo.
    Ele limpa sua “peixeira” de 12 polegadas nas roupas de grife daquele homem que agoniza. Um homem que tanto se gabava. Abastado. Raça superior. Agora ali, com a cara numa valeta podre de um beco fétido, como qualquer outro verme que habita este planeta.

    ricardo silva

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  2. "E a cidade, que divisei embaixo, por uma aberta entre os ramos, era como o tabuleiro de xadrez de Adrião, com algumas peças avultando sobre a mancha negra dos telhados; as duas igrejas, o prédio da usina elétrica, tetos esquivos de chalés, o casarão de Vitorino atravancando o Pinga-Fogo, coqueiros esguios, o cata-vento" (RAMOS, Graciliano, Caetés,1976, p. 179).

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