terça-feira, 29 de março de 2011

Era uma vez (Música)

Ele nasceu em alagoas 1986, ele nasceu em alagoas em 1986, arrumou uma guitarra e não ouviu seus pais, saiu pelo mundo e decidiu tocar blues.
Conheceu uma garota e perguntou o nome dela, se deslumbrou com aquela garota e quis saber o nome dela, ela tirou uma gaita do bolso e o olhou diretamente e disse deixe de conversa e tente me acompanhar em um blues.
Os dois ficaram tocando pareciam um só, duas almas eternamente ligadas no ritmo do blues.
A multidão se aproximou e começaram a ouvir, eles não conheciam aquele som mais começaram a curtir, era fascinante a energia que vinha daquela canção era forte e vibrante se sentia no coração parecia um lamento de mil almas acorrentadas, dai por diante eles entenderam o blues.
EL Cunha

Anonimalização

Serei aquele que passou pela vida desapercebido
Invisível; Insípido; Incolor!

Alguém que não amou,
Senão a ideia romântica de amor,
Nem foi amado.

Aquele que tragado pela paixão,
Da vida, nem gozo nem luxo,
Tormentos apenas levou.

Incompleto; Incerto;
Anônimo de si e do mundo...

Um livro de páginas desbotadas
Sem créditos
Sem méritos
Sem palavras:

Narrativa fiel
De uma existência irremediávelmente
vazia e apagada.

Alexandre Indius

terça-feira, 15 de março de 2011

Por um direito essencial

O direito a fugir da realidade por todos os meios possíveis deveria ser autorizado e subsidiado pelo Estado, já que é ele próprio um dos grandes causadores de problemas psicológicos e sociais. Amanhã nossos grandes dirigentes deveriam fazer pronunciamento no Jornal Nacional anunciando o lançamento do Bolsa LSD: para que todo cidadão de bem possa esquecer que nasceu no lugar errado.

terça-feira, 8 de março de 2011

O trabalho dignifica o homem... o ócio o deixa feliz.

acordado

as horas durante a noite podem ficar muito mais lentas que a média e isso é um problema. é neste momento que você vai ficar sozinho pensando em todas as besteiras que fez ou deixou de fazer durante o dia e a semana e os meses e os anos. eu posso lhe garantir que isso leva qualquer um à beira da loucura. todo esse passado não vivido vem acumulado em grandes blocos de pedra e merda que chegam como uma porrada direto na sua cabeça, uma daquelas dignas dos velhos boxeadores. e eu te digo mais uma vez: pode não ser legal. não há o que fazer com toda a massa disforme e confusa a não ser arrumar um lugar para ela na cama, ao seu lado, depois de tentar expulsá-la várias vezes do quarto. a bendita televisão irá se tornar uma aliada no seu desespero, mas nem ela e nenhum livro desinteressante o suficiente ou mesmo as sacanagens habituais irão resolver. infelizmente, para você, ela chegou com força e determinação e não vai largá-lo ou sequer deixar que faça (ou seja) algo nesse momento. o jeito é espremer e derreter o cérebro durante toda a noite pensando em como tantas coisas poderiam ser diferentes, se lamentando e se redimindo em seguida e começando tudo de novo cinco minutos depois. não adianta chorar. você poderia fazer melhor uso da sua incapacidade. gênios e artistas e patifes metidos à besta trabalham e fingem que pensam nesse momento. mas não você. afinal, é apenas um qualquer que passa a noite sonhando dormir e tentando consolar a si próprio do seu fracasso, do fracasso das pílulas, dos médicos, da tv e de todo o resto do mundo. já não vale mais a pena. talvez nunca tenha valido.


D. Simões